O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, refutou as alegações feitas por seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro. O perito, atualmente na Itália, participou de uma audiência por videoconferência no Senado, onde denunciou que o magistrado manipulou documentos para embasar operações da Polícia Federal (PF).
Na terça-feira (2), durante reunião da Comissão de Segurança Pública do Senado Federal, Tagliaferro apresentou documentos que indicam a alteração da data de uma petição assinada. De acordo com o perito, que trabalhou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele foi orientado a elaborar um documento após uma operação policial, mas a data foi modificada para sugerir que o material técnico havia sido produzido anteriormente.
Tagliaferro alega que a mudança na data ocorreu porque Moraes queria evitar a impressão de que a PF realizou buscas e apreensões com base apenas em uma notícia veiculada pela imprensa na ocasião. Os metadados exibidos por Tagliaferro revelam que o documento foi criado em 28 de agosto de 2022, às 10h33, mas incluído no processo de investigação com a data de 22 de agosto.
Por meio de nota emitida por sua assessoria, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que todos os procedimentos investigativos foram conduzidos de maneira regular. Ele destacou que a assessoria do TSE foi acionada para coletar dados, que foram devidamente encaminhados às autoridades competentes.
Veja a íntegra da resposta do ministro:
O gabinete do Ministro Alexandre de Moraes esclarece que, no curso das investigações dos Inq 4781 (Fake News) e Inq 4878(milícias digitais), nos termos regimentais, diversas determinações, requisições e solicitações foram feitas a inúmeros órgãos, inclusive ao Tribunal Superior Eleitoral, que, no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas, como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à Democracia e às Instituições.
Os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas as investigações de milícias digitais.
Vários desses relatórios foram juntados nessas investigações e em outras conexas e enviadas à Polícia Federal para a continuidade das diligências necessárias, sempre com ciência à Procuradoria Geral da República. Todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/moraes-rebate-denuncia-de-ex-assessor-que-o-acusou-de-adulterar-documentos/