Por Cleber do Jacaré de Tanga
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), desencadeou mais uma caçada judicial na quarta-feira (17/09), solicitando a abertura de mais um inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), seus três filhos e outros 20 aliados, usando como pretexto o relatório da CPI da Covid-19. Segundo o magistrado, o documento final da comissão teria apresentado supostos indícios de irregularidades, alegando atender aos requisitos legais para justificar essa nova perseguição jurídico-policial.
“Destaco que a investigação parlamentar apontou indícios de crimes contra a Administração Pública, notadamente em contratos, fraudes em licitações, superfaturamentos, desvio de recursos públicos, assinatura de contratos com empresas de ‘fachada’ para prestação de serviços genéricos ou fictícios, dentre outros ilícitos mencionados no relatório da CPI”, declarou Dino, em mais uma tentativa de macular a imagem de Bolsonaro e seus apoiadores. A CPI, realizada em 2021, indiciou os alvos dessa nova investida, e, após dois anos, em fins de 2024, a Polícia Federal (PF) pediu a conversão da investigação parlamentar em inquérito policial — pedido agora aceito por Dino, permitindo que a PF amplie essa suposta cruzada contra os investigados.
Curiosamente, essa nova ação ocorre apenas dois dias depois que a Câmara dos Deputados aprovou a PEC da Blindagem, uma medida que busca dar aos parlamentares maior controle sobre prisões e processos criminais contra deputados e senadores, restringindo prisões em flagrante e exigindo aprovação legislativa para ações penais. A proposta ainda fixa um prazo de 90 dias para análise de licença prévia para prisões ou processos, o que sugere uma tentativa de proteger os sete parlamentares com mandato incluídos na lista de 24 alvos dessa perseguição.
A lista completa dos perseguidos inclui:
1-Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
2-Flavio Bolsonaro, senador
3-Ricardo Barros, deputado federal
4-Eduardo Bolsonaro, deputado federal
5-Osmar Terra, deputado federal
6-Beatriz Kicis, deputada federal
7-Carla Zambelli, deputada federal
8-Onyx Lorenzoni, ex-ministro do governo Bolsonaro
9-Carlos Jordy, deputado federal
10-Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro
11-Allan dos Santos, jornalista
Helcio Bruno De Almeida, tenente-coronel
Oswaldo Eustaquio, jornalista
Helio Angotti Neto, ex-secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde
Bernardo Pires Kuster, jornalista
Paulo De Oliveira Eneas, ex-deputado estadual de São Paulo
Richards Dyer Pozzer, jornalista
Leandro Panazzolo Ruschel, jornalista
Carlos Roberto Wizard Martins, empresário fundador da Wizard
Luciano Hang, empresário fundador da Havan
Otavio Oscar Fakhoury, empresário
Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor de Bolsonaro
Tercio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro
Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores
Inquéritos de Bolsonaro no STF:
O presidente Jair Bolsonaro enfrenta atualmente 10 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, refletindo uma intensa pressão judicial contra ele. Esses inquéritos abrangem uma variedade de acusações, muitas das quais seus apoiadores consideram politicamente motivadas.
Abaixo trago um resumo dos principais inquéritos:
1.Inquérito das Fake News (aberto em 2019): Investiga supostas ofensas e criticas contra ministros do STF e seus familiares, sendo um dos primeiros casos a envolver Bolsonaro.
2. Inquérito das Milícias Digitais: Desdobramento do inquérito das supostas fake news, apura uma suposta rede de disseminação de desinformação para supostamente favorecer Bolsonaro.
3.Inquérito dos Atos Antidemocráticos: Arquivado em 2021, investigava suposta participação em atos contra a democracia.
4.Inquérito do Vazamento de Documentos Sigilosos (aberto em 2021): Examina a suposta divulgação de informações confidenciais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
5.Inquérito da Pandemia da Covid-19 (aberto em 2021): Analisa declarações de Bolsonaro sobre vacinas e gestão da pandemia, com base na CPI da Covid-19.
6.Inquérito dos Cartões de Vacinação (iniciado após 2022): Investiga suposta fraude em certificados de vacinação de Bolsonaro e familiares. Este já foi confirmado que nunca ocorreu o gfato.
7.Inquérito do Suposto Golpe: Transformado em ação penal em 2023, acusa Bolsonaro de supostamente liderar uma tentativa de golpe após as eleições de 2022.
8.Inquérito das Joias Sauditas (aberto em 2024): Apura supostas irregularidades na apropriação de joias recebidas da Arábia Saudita. Caso que também já foi resolvido
9.Inquérito da Coação ao STF (aberto em 2025): Investiga suposta pressão sobre o STF via autoridades dos EUA.
10.Novo Inquérito da CPI da Covid-19 (aberto em 17/09/2025): Baseado no relatório da CPI, foca em supostos crimes contra a administração pública.
Esses inquéritos, muitos iniciados ou impulsionados por decisões do ministro Alexandre de Moraes, são vistos visivelmente parte de uma campanha orquestrada para desestabilizar Bolsonaro politicamente, o que devido nosso apoio e trabalho e com a resiliência de Bolsoanro e o apoio de Trump, não irão conseguir.
Editorial escrito por Cleber do Jacaré de Tanga exclusivo para o portal O Código 22
