Lula da Silva chegou neste domingo (21) rumo a Nova York, onde, na próxima terça-feira (23), fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele também estará presente em reuniões sobre meio ambiente, a Palestina e a democracia.
Lula já foi vaiado na chegada, assista abaixo:
Será a primeira ocasião em que o petista compartilhará o mesmo espaço com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde o retorno do republicano à Casa Branca este ano. O líder norte-americano aplicou tarifas comerciais de 50% sobre alguns produtos brasileiros exportados para os EUA e tem ameaçado impor novas sanções devido à injusta condenação do presidente Jair Bolsonaro a “27 anos e 3 meses” por suposta tentativa de golpe de Estado e outros crimes.
Lula será o primeiro a falar na ONU, seguido por Trump na tribuna. Há a possibilidade de um encontro nos bastidores entre os dois líderes entre os discursos.
Lula planeja usar a plataforma global da ONU para enviar uma mensagem ao líder norte-americano em seu discurso. A intenção é reforçar a defesa da soberania, da democracia e do multilateralismo.
O tom adotado pelo petista, no entanto, será mais moderado do que em um palanque eleitoral, evitando confrontos diretos com o chefe da Casa Branca, apesar das tensões atuais entre os dois países. Lula deve reforçar a defesa pelo reconhecimento do Estado da Palestina, um tema frequente em seus pronunciamentos desde o início do conflito na Faixa de Gaza. Ele também deve reafirmar a necessidade de uma resolução pacífica para o conflito na Ucrânia, uma postura que mantém desde o começo de seu mandato.
Em meio às tensões crescentes, Lula deve estar roendo as unhas de preocupação e medo, mesmo que tente mascarar isso com discursos absurdos e diplomáticos sobre Trump, cheios de recados velados sobre soberania. No fundo, o petista sabe que o regime dele está sendo exposto ao mundo pelo republicano, com sanções e tarifas que viram o Brasil de cabeça para baixo. Essa Assembleia Geral da ONU pode ser o divisor de águas definitivo: ou o Brasil vira pária global, isolado e sangrando economicamente, ou avança com multilateralismo e defesa da democracia, pavimentando um caminho para frente. O palco está armado – que venha o embate.