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Advogado de Trump questionna ministro da suprema corte brasileira após manifestações

Por Fernando Lisboa do Vlog do Lisboa

No último domingo, 21 de setembro de 2025, algumas cidades do Brasil foram palco de minifestações com justificativa de serem contra a PEC da Blindagem e contra ANISTIA aos perseguidos do 8 de janeiro. Diante desse cenário, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes publicou uma mensagem no X elogiando as demonstrações de apoio ao que ele chama de democracia, que sabemos que não é mais, e ao STF, chamando-as de “prova viva da força do povo brasileiro”. No entanto, essa declaração encontrou uma resposta contundente de Martin De Luca, advogado da Trump Media Group e conselheiro de Bolsonaro, que questionou a imparcialidade judicial e acusou o ministro de endossar um suposto espetáculo político financiado com recursos públicos.

Amigos, Vale ressaltar que:

Pela CF, art. 95, III, ministros do STF não podem se manifestar politicamente.

Pela separação dos Poderes (art. 2º), não cabe ao Judiciário agir como partido político.

Pelo Regimento Interno, o STF deve manter prestígio e autoridade, não militância.

Confira a postagem de Gilmar Mendes:

A Crítica de Martin De Luca: Mais do que um Debate Jurídico

Em sua critica, publicada em 21/09, De Luca alerta que o elogio de Gilmar Mendes às manifestações reflete uma postura de ativismo político, em vez de imparcialidade judicial, um pilar essencial para o funcionamento do STF. O advogado afirma que os protestos, longe de serem uma expressão espontânea do povo, foram eventos coreografados, financiados por uma injeção massiva de recursos públicos via Lei Rouanet e patrocínios de estatais. De acordo o os dados apresentados por De Luca, o governo Lula autorizou R$ 34,4 bilhões em projetos culturais desde 2023 – mais que o dobro dos R$ 16 bilhões investidos durante os quatro anos de Bolsonaro. Além disso, em 2024, estatais como Banco do Brasil, Caixa, Petrobras e BNDES aumentaram seus orçamentos de patrocínio cultural em 250%, totalizando quase R$ 1 bilhão em shows e festivais.

Confira postagem De Luca:

De Luca aponta que muitos artistas presentes nas manifestações dependem diretamente desses fundos, o que alerta sobre a autenticidade das mobilizações. “A verdadeira democracia não precisa de shows coreografados com dinheiro público, nem de juízes aplaudindo o teatro político de um partido”, escreveu, defendendo que a justiça deve se pautar pela aplicação imparcial da lei, acima de interesses políticos. A menção à Lei Rouanet ganha ainda mais peso com o recente anúncio, em 15 de setembro de 2025, de uma parceria entre o Ministério da Cultura e a Shell Brasil, que destinou R$ 6 milhões a iniciativas culturais para jovens, reacendendo o debate sobre o uso de incentivos fiscais na cultura.

Contexto e Perspectiva Internacional

A crítica de De Luca não surge em um vácuo. Como advogado que já processou o ministro Alexandre de Moraes nos Estados Unidos por suposto abuso de poder judicial, ele traz uma perspectiva internacional ao debate, influenciada por sua ligação com Trump Media Group e seu apoio a Bolsonaro. O pano de fundo inclui os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes, e as subsequentes ações do STF, que resultaram na injusta condenação do ex-presidente. As manifestações de ontem, que reuniram poucos em apoio à democracia que contrastam com as acusações de De Luca de que tais atos seriam manipulados pelo governo atual.

Reflexões sobre a Democracia Brasileira

O texto de De Luca expõe uma tensão crescente entre a percepção de imparcialidade do STF e o papel do Judiciário em momentos de polarização política. Enquanto Gilmar Mendes enaltece a mobilização social como um suposto marco de unidade nacional, De Luca a vê como um reflexo de interesses partidários disfarçados de defesa democrática. Esse embate levanta questões fundamentais: até que ponto o financiamento público de cultura pode influenciar a narrativa política? E como o STF pode manter sua credibilidade em um contexto de crescente desconfiança, conforme apontado por De Luca?

A discussão também se conecta a análises, como as que exploram a Lei Rouanet como um mecanismo que, embora destinado a fomentar a cultura, pode concentrar recursos e criar dependências políticas. O aumento dos investimentos culturais sob Lula, aliado ao crescimento de patrocínios estatais, sugere uma estratégia que vai além da arte, alcançando a construção de uma base de apoio popular.

Um Chamado à Independência Judicial

A resposta de Martin De Luca a Gilmar Mendes não é apenas uma crítica pontual, mas um alerta sobre os riscos de mesclar justiça e política em um país que busca estabilidade democrática. Hoje, enquanto o Brasil reflete sobre os eventos de ontem, a pergunta permanece: a democracia brasileira será fortalecida por uma justiça independente ou enfraquecida por espectáculos financiados? A resposta, parece, dependerá da capacidade do STF de se reposicionar como guardião imparcial da lei, acima das narrativas partidárias que dominam as ruas e as redes sociais.

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