Autoridades dinamarquesas estão investigando uma série de voos de drones não autorizados em seu espaço aéreo, levantando preocupações sobre uma possível ação coordenada contra nações da OTAN. Os incidentes, que ocorreram em áreas sensíveis, incluindo próximas a instalações militares, foram classificados como “muito preocupantes” pelo ministro da Defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen.
Os sobrevoos, detectados nos últimos dias, incluíram drones voando em altitudes e velocidades que sugerem tecnologia avançada, segundo fontes oficiais. A Dinamarca, membro da OTAN, está colaborando com aliados para investigar a origem dos drones e determinar se há uma ameaça maior à segurança regional.
“Estamos tratando isso com a maior seriedade, pois pode representar um risco à segurança nacional”, afirmou Poulsen em entrevista coletiva. Ele destacou que as autoridades estão analisando imagens e dados coletados para identificar os responsáveis. Até o momento, nenhuma nação ou grupo assumiu a autoria dos voos.
Os drones foram vistos nos aeroportos de Aalborg, Esbjerg, Sonderborg e na base aérea de Skrydstrup, antes de se afastarem por conta própria, segundo a polícia.
Na última segunda-feira (22), drones não identificados já haviam sobrevoado o aeroporto de Copenhague e o de Oslo, na Noruega, interrompendo o tráfego aéreo por várias horas. Os episódios ocorrem após incursões de drones russos na Polônia e Romênia, e de caças russos no espaço aéreo da Estônia, embora autoridades dinamarquesas e europeias ainda não tenham estabelecido ligação entre os casos.
O governo dinamarquês, que afirma não haver “ameaça militar direta”, anunciou a aquisição de novos sistemas para detectar e neutralizar drones.
“O objetivo desse tipo de ataque híbrido é espalhar medo, dividir e nos intimidar”, declarou o ministro da Justiça, Peter Hummelgaard.
Membro da Otan, a Dinamarca receberá na próxima semana líderes da União Europeia para um encontro em Copenhague. O aeroporto de Aalborg, um dos maiores do país, foi fechado temporariamente, mas reabriu horas depois. Após uma “avaliação geral da situação”, polícia e Forças Armadas decidiram não abater os drones, por questões de segurança civil, informou o chefe do Estado-Maior, Michael Hyldgaard.
A polícia afirmou que os drones tinham luzes e foram observados do solo, mas não conseguiu identificar o modelo nem os operadores. Os aeroportos de Esbjerg e Sonderborg não foram fechados, pois não havia voos previstos.
Os incidentes ocorrem em um contexto de tensões geopolíticas na Europa, especialmente após recentes relatos de atividades suspeitas em outros países da OTAN. Especialistas sugerem que os drones podem estar sendo usados para espionagem ou testes de defesas aéreas.
A Força Aérea Dinamarquesa aumentou a vigilância e está coordenando esforços com a inteligência internacional. “Não descartamos nenhuma hipótese, incluindo a possibilidade de uma ação deliberada contra países da OTAN”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa.
A população local foi orientada a relatar qualquer avistamento de drones, enquanto as autoridades reforçam a segurança em áreas estratégicas. O caso permanece sob investigação, com atualizações aguardadas nos próximos dias.
