O chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou neste sábado (27), durante seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, que Moscou não tem intenção de atacar a Europa, mas qualquer agressão contra o território russo “será recebida com uma resposta decisiva”.
A declaração foi feita em um contexto de atritos entre a Rússia e países membros da Otan, devido a incursões de drones e aviões russos no espaço aéreo de nações como Polônia, Estônia, Dinamarca e Alemanha.
De acordo com Lavrov, são os países da Otan que representam uma ameaça à Rússia, e não o contrário.
Durante seu pronunciamento na ONU, Sergey Lavrov afirmou que a OTAN e a União Europeia, por meio da Ucrânia, “declararam guerra à Rússia e estão participando ativamente do conflito”.
Lavrov também expressou que Moscou está disposta a dialogar para pôr fim à guerra na Ucrânia, mas destacou que será necessário discutir as “raízes do conflito” com Kiev. Ele mencionou que a Rússia poderia concordar com garantias de segurança para a Ucrânia, desde que os líderes europeus mostrem seriedade nas negociações.
O ministro enfatizou a necessidade de assegurar a proteção da população ucraniana que tem o russo como idioma principal e elogiou os esforços de diálogo entre Moscou e Washington para buscar uma solução para o conflito.
Dias antes do discurso de Lavrov, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que a Ucrânia poderia retomar os territórios ocupados pela Rússia com o apoio armamentista da União Europeia (UE) e da Otan.
A Rússia justificou o conflito na Ucrânia com argumentos como a necessidade de proteger sua própria segurança frente à expansão da Otan para o leste, a defesa das comunidades que falam russo e uma suposta “desnazificação” do país.
No ano anterior, o discurso de Lavrov na Assembleia-Geral foi um forte ataque ao Ocidente, destacado por sua menção à “insensatez e ao perigo da própria ideia de tentar lutar até a vitória com uma potência nuclear, que é o que a Rússia é.”