O Prêmio Nobel da Paz de 2025 foi atribuído a María Corina Machado, principal figura da oposição ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela.
De acordo com a organização Três motivos levaram María Corina a vencer Nobel da Paz, sendo o primeiro manter a Oposição Unida, segundo Resistência à Militarização e terceiro Apoio a uma Transição Democrática
A líder da oposição ao Regime Maduro dedicou o prêmio a TRUMP e aos VENEZUELANOS, confirma na postagem abaixo:
“Dedico este prêmio ao povo sofredor da Venezuela e ao Presidente Trump por seu apoio decisivo à nossa causa!”


O Comitê Norueguês do Nobel, responsável pela premiação, reconheceu Machado “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.
A líder oposicionista venezuelana foi destacada por atuar como uma “figura-chave e unificadora em uma oposição política que antes era profundamente dividida – uma oposição que encontrou um ponto comum na demanda por eleições livres e governo representativo”.
“No último ano, a Sra. Machado foi forçada a viver escondida. Apesar das sérias ameaças à sua vida, ela permaneceu no país, uma escolha que inspirou milhões. Quando autoritários tomam o poder, é crucial reconhecer os corajosos defensores da liberdade que se levantam e resistem “, declarou Jørgen Watne Frydnes, presidente do comitê norueguês do Nobel.
O regime de Nicolás Maduro intensificou a perseguição a opositores antes das eleições presidenciais do último ano. Machado, que planejava concorrer contra Maduro, foi impedida de participar pelo governo. Em seu lugar, ela apoiou o diplomata Edmundo González Urrutia. O período pré-eleitoral foi marcado por repressão generalizada, com desqualificações de candidatos, prisões e violações de direitos humanos.
A repressão contra dissidentes aumentou ainda mais após o Conselho Nacional Eleitoral, alinhado a Maduro, declará-lo vencedor, ignorando evidências confiáveis que contestavam o resultado. Os anúncios do Conselho Eleitoral desencadearam protestos em massa no país, enfrentados com violência pelo governo, resultando em mais de 20 mortes.Machado está escondida e não aparece em público desde janeiro. Um tribunal venezuelano emitiu um mandado de prisão contra González, que buscou asilo na Espanha.
Veja o que Corina disse em 03/08/2024: “Após 6 dias de repressão brutal, eles pensaram que iriam nos silenciar, nos deter ou nos assustar… veja a resposta. Hoje, a presença de cada cidade nas ruas da Venezuela demonstra a magnitude da força cívica que temos e a determinação de levá-la até o fim.”
Questionado sobre a possibilidade de Machado comparecer à cerimônia do Nobel em Oslo, em dezembro, Frydnes respondeu que a participação depende de questões de segurança.”É uma questão de segurança. É muito cedo para dizer. Sempre esperamos ter o laureado conosco em Oslo, mas esta é uma situação de segurança séria que precisa ser resolvida primeiro “, afirmou.
Desde 1901, o Prêmio Nobel da Paz é concedido a indivíduos e organizações que contribuem para o avanço da humanidade, conforme idealizado por Alfred Nobel, inventor sueco. Nobel é lembrado como um incentivador das artes, ciências e da paz, que transformou a nitroglicerina em um legado de impacto global antes de sua morte, no final do século 19.
O prêmio é gerido pelo Comitê Norueguês do Nobel, formado por cinco membros indicados pelo Parlamento da Noruega.
O vencedor recebe uma medalha de ouro e um valor em dinheiro, que, em 2023, foi estipulado em 11 milhões de coroas suecas (equivalente a R$ 4,8 milhões).A cerimônia de entrega ocorre em dezembro. Em algumas ocasiões, o comitê opta por não conceder o prêmio, como aconteceu 20 vezes, sendo a última em 1972. Desde 1974, as regras da Fundação Nobel determinam que o prêmio não pode ser entregue postumamente, exceto se a morte do vencedor ocorrer após o anúncio oficial.
Breaking News: Três motivos levaram María Corina a vencer Nobel da Paz
1-Oposição unida:
Por um lado, Machado “uniu a oposição de seu país”, afirmou o Comitê em seu comunicado.
“Machado tem sido uma figura-chave e unificadora em uma oposição política que antes estava profundamente dividida, uma oposição que encontrou um ponto em comum na demanda por eleições livres e governo representativo”, afirmou.
“É precisamente isso que está no cerne da democracia: nosso desejo compartilhado de defender os princípios do governo popular, mesmo quando discordamos. Em um momento em que a democracia está ameaçada, é mais importante do que nunca defender esse ponto em comum”, acrescentou o comunicado.
2-Resistência à militarização:
Em segundo lugar, de acordo com o Comitê Nobel, Machado “nunca desistiu de sua resistência à militarização da sociedade venezuelana”. “O regime autoritário da Venezuela torna o trabalho político extremamente difícil. Como fundadora da Súmate, uma organização dedicada ao desenvolvimento democrático, Machado defende eleições livres e justas há mais de 20 anos. Como ela mesma disse: ‘É uma escolha entre votos ou balas’.” Em cargos políticos e por meio de seu serviço a organizações desde então, Machado defendeu a independência judicial, os direitos humanos e a representação popular. Ela passou anos lutando pela liberdade do povo venezuelano”, explica o comunicado.
3-Apoio a uma transição democrática:
Por fim, o Comitê concluiu que Machado foi “consistente em seu apoio a uma transição democrática”.
“Antes das eleições de 2024, Machado era candidata presidencial da oposição, mas o regime bloqueou sua candidatura. Ela então apoiou o representante de outro partido, Edmundo González Urrutia, na eleição. Centenas de milhares de voluntários se mobilizaram, independentemente de suas posições políticas. Eles foram treinados como observadores para garantir eleições transparentes e justas. Apesar do risco de assédio, detenção e tortura, cidadãos de todo o país monitoraram as seções eleitorais. Eles garantiram que os resultados finais fossem documentados antes que o regime pudesse destruir as cédulas e mentir sobre o resultado”, disse o Comitê.
“Os esforços coletivos da oposição, antes e durante as eleições, foram inovadores e corajosos, pacíficos e democráticos”, afirmou o órgão. “Quando autocratas tomam o poder, é crucial reconhecer os bravos defensores da liberdade que se levantam e resistem. A democracia depende das pessoas que se recusam a ficar em silêncio, que ousam dar um passo à frente apesar dos graves riscos e que nos lembram que a liberdade não deve ser considerada garantida, mas deve ser sempre defendida com palavras, coragem e determinação”, concluiu a declaração.