O líder paraguaio, Santiago Peña, classificou o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital como “organizações terroristas internacionais”, conforme decreto divulgado nesta sexta-feira (31), na sequência da ampla operação policial no Rio de Janeiro contra o primeiro grupo, que, resultou em ao menos 121 bandidos mortos.
Abaixo Comunicado do Conselho de Defesa Nacional do Paraguai ordenando reforço nas fronteiras com o Brasil por risco de fuga de membros do Comando Vermelho após megaoperação no Rio, em 30 de outubro de 2025. — Foto: Divulgação/ governo do Paraguai

“Designa-se as organizações criminosas transnacionais denominadas como ‘Comando Vermelho’ (‘CV’) e ‘Primeiro Comando da Capital’ (‘PCC’) como organizações terroristas internacionais”, estabelece o decreto assinado pelo mandatário, datado de quinta-feira (30).

O texto explica que, após “monitoramento permanente” realizado pelo Conselho de Defesa Nacional do Paraguai — presidido por Peña e integrado, entre outros, pelos ministérios do Interior, Defesa e Relações Exteriores —, concluiu-se que as características operacionais dessas facções, seus vínculos financeiros e o raio de ação de suas práticas ilegais atendem “as características de serem organizações transnacionais criminosas com traços de verdadeiras organizações terroristas internacionais”.
Ademais, alerta que “existem elementos suficientemente comprovados para sustentar que ambas as organizações criminosas transnacionais se encontram operacionalmente presentes” no Paraguai, estendendo assim ao país “o alcance de suas atividades ilícitas”.
Em agosto passado, o governo paraguaio rotulou o denominado Cartel de los Soles, entidade que os Estados Unidos associam ao regime venezuelano, como uma “organização terrorista internacional”.
Antes, em abril deste ano, designou como terrorista a Guarda Revolucionária Islâmica e estendeu essa qualificação à “totalidade” das estruturas do grupo palestino islâmico Hamas e do movimento xiita libanês Hezbollah.
Ainda em agosto de 2019, o Paraguai havia enquadrado como organizações terroristas as milícias do Hezbollah e do Hamas, além da Al Qaeda e do Estado Islâmico, sob a administração do então presidente Mario Abdo Benítez (2018-2023).
Paraguai reforça segurança na região de Foz do Iguaçu após alerta sobre fuga de traficantes do Rio de Janeiro
O governo do Paraguai reforçou o policiamento na fronteira com Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, após receber um alerta sobre o risco de fuga de traficantes do Comando Vermelho (CV) depois da megaoperação da polícia do Rio de Janeiro nos complexos da Penha e do Alemão.
A operação no Rio foi desencadeada na terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da Penha, e mirou alvos do CV. Ao todo, 121 pessoas morreram, incluindo quatro policiais. A operação foi a mais letal da história do estado.
Desde a manhã desta quinta-feira (30), o Paraguai intensificou o controle de veículos que cruzam as fronteiras com o Brasil. O país também aumentou o patrulhamento marítimo, realizado pela Marinha do Paraguai no rio Paraná. Assista no vídeo acima.
Segundo o Conselho de Defesa Nacional, o Paraguai realiza operações de inteligência para identificar possíveis membros do CV com mandados de prisão no Brasil.
“Diante dessa situação, as instituições nacionais com competência em segurança e controle adotaram medidas extraordinárias de prevenção e vigilância em toda a faixa fronteiriça do leste do Paraguai”, informou o Conselho Nacional de Defesa.
Entre as ações determinadas pelo governo paraguaio estão:
1-Reforço nos controles migratórios e de trânsito nas fronteiras;
2-Aumento do patrulhamento e monitoramento em áreas de risco;
3-Intensificação de operações de inteligência;
4-Cooperação com as forças de segurança do Brasil e da Argentina.


















