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As conexões do Banco Master com Brasília. Relembre a tentativa do BRB de comprar o Master

Daniel Vorcaro e Augusto Lima, controladores do Banco Master, presos nesta terça-feira (18/11) em operação da Polícia Federal, circulavam com desenvoltura nos Três Poderes e mantinham proximidade com políticos de todo o espectro ideológico, da direita à esquerda.

Vorcaro contratou o escritório de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Dois filhos do magistrado também integram a banca. Questionado, o escritório optou por não se pronunciar.

Michel Temer, responsável pela indicação de Moraes ao Supremo, atua como consultor do mesmo banqueiro.

Outro ex-ministro do STF na lista de Vorcaro é Ricardo Lewandowski, atual titular da Justiça, que foi contratado para o comitê estratégico consultivo logo após deixar a Corte.

No Congresso, o banqueiro tinha portas abertas com figuras como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o líder do PP, Ciro Nogueira (PI), entre outros nomes da cúpula política.

Já Augusto Lima cultiva relação próxima com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Foi justamente na Bahia — reduto histórico do PT no Nordeste — que surgiu o Credcesta, cartão de crédito consignado voltado para servidores públicos e convênios, o principal produto que enriqueceu o Master.

Apesar da extensa rede de contatos de alto escalão, a operação de hoje não pegou ninguém de surpresa nos corredores de Brasília. Há meses o mercado apostava que a PF iria bater à porta de Vorcaro. Agora, nos bastidores, já se fala abertamente na operação “salve-se quem puder”. As fontes são do Metrópoles.

PF vai expor os tentáculos políticos no Banco Master e assusta Brasília

As apurações da Polícia Federal devem revelar a ampla rede de influência política do controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, que foi detido na noite de segunda-feira (17) enquanto tentava deixar o Brasil.

De acordo com os investigadores, diversos negócios realizados pelo banco só foram viabilizados graças à interferência direta de figuras do meio político, incluindo governadores e congressistas que exercem peso sobre bancos públicos e fundos de pensão.

O inquérito teve início após o Banco Central detectar movimentações suspeitas destinadas a evitar a quebra do Master e repassar o caso tanto à PF quanto ao Ministério Público Federal.

Trata-se de operações fictícias, do tipo “fantasma” — já vistas em outros escândalos bancários —, criadas para inflar artificialmente o balanço da instituição.

Conforme a investigação, grande parte desses contratos foi firmada com bancos estatais e fundos de pensão, contornando os mecanismos internos de controle mediante pressão exercida por políticos com ascendência sobre essas entidades.

No radar da PF estão governadores e parlamentares que mantinham vínculo próximo com Vorcaro e detinham poder de decisão ou influência sobre esses órgãos financeiros.

Para os investigadores, o anúncio feito nesta segunda-feira da venda do Banco Master ao Fictor não passou de uma “bomba de fumaça” lançada no mercado em meio ao cerco das apurações, numa tentativa final de camuflar as fraudes e impedir a completa exposição dos esquemas comandados por Daniel Vorcaro.

Relembre a tentativa do BRB de comprar o Banco Master

Alvos de operação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (18), o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, foi afastado do cargo e o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso.

A operação deflagrada foi a Compliance Zero, que mira a venda de títulos de crédito falsos.

Ela aconteceu horas após o consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master.

Antes do anúncio do grupo árabe, o BRB já havia tentado adquirir o Master.

As tratativas entre as duas instituições começaram em março, mas a negociação foi barrada pela diretoria colegiada do Banco Central.

A venda acabou desencadeando investigações e disputas judiciais.

Relembre as tratativas entre os dois bancos

Anúncio da compra

Em março de 2025, o conselho do Banco BRB aprovou a compra de 58% do capital do Banco Master, valor estimado em R$ 2 bilhões.

O acordo previa que o BRB, uma sociedade de capital e controlada majoritariamente pelo Governo do Distrito Federal (GDF), adquirisse:

49% das ações ordinárias

100% das preferenciais e

58% do capital total do Master.

Operação questionada

A operação era vista como um alívio para o Banco Master, comandado por Daniel Vorcaro e conhecido pelo alto custo de captação. Por outro lado, virou alvo de questionamentos de órgãos de controle.

Em abril o Ministério Público do DF solicitou esclarecimentos sobre as condições de compra e venda de ações. O órgão abriu ainda duas apurações para verificar indícios de crime na operação.

O Ministério Público de Contas do DF pediu acesso integral ao processo administrativo da aquisição de participação no Banco Master.

Em maio, o Tribunal de Justiça do DF barrou a assinatura do contrato. Poucos dias depois, a Justiça derrubou decisão que proibia o BRB, um banco público, de assinar o contrato definitivo de compra do Banco Master.

Cade aprova a compra

No mês seguinte, em maio, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a operação sem impor restrições.

Apesar do aval, a conclusão da compra ainda dependia da autorização do Banco Central para ser concluída.

A Câmara Legislativa do Distrito Federal também chegou a aprovar uma lei autorizando a compra. A proposta foi sancionada em tempo recorde pelo governador Ibaneis Rocha, defensor da transação.

Banco Central reprova compra

Em setembro, o Banco Central rejeitou a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília. A reprovação pelo BC foi anunciada após mais de cinco meses de análise, embora a autoridade monetária ainda tivesse quase um ano de prazo para concluir a avaliação da operação.

O documento obtido pelo g1 revela que a decisão foi tomada de forma unânime, sem divergências entre os membros do órgão máximo do Banco Central.

Segundo a decisão, os dirigentes do BC negaram a operação por entenderem que o pedido não contemplava todos os requisitos necessários para a autorização.

Mais especificamente: o BC avaliou que os documentos da compra deixaram dúvidas sobre a “viabilidade econômico-financeira do empreendimento”.

O Banco BRB

O Banco de Brasília S.A. (BRB) é uma instituição financeira com atuação no Distrito Federal e com agências no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Paraíba.

Ele foi criado em dezembro de 1964 com o objetivo de ser um agente financeiro para captar os recursos necessários para o desenvolvimento do Distrito Federal.

Em 1991, passou a ser um banco com as carteiras: comercial, câmbio, desenvolvimento e imobiliária.

A empresa é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, e o acionista majoritário é o Governo do Distrito Federal (71,92%).

Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/andreza-matais/de-moraes-a-caciques-do-centrao-e-do-pt-as-conexoes-do-master

Fonte: https://g1.globo.com/politica/blog/valdo-cruz/post/2025/11/18/pf-vai-expor-os-tentaculos-politicos-no-master-e-assusta-brasilia.ghtml

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