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Apagão: Caracas e vários estados da Venezuela ficam sem energia

Sites especializados e Usuários de redes sociais informaram que, em 22 de agosto, ocorreu um novo blecaute acompanhado de quedas significativas de tensão elétrica, deixando várias regiões de Caracas e outras partes do país sem energia.

Bairros como San Bernardino, Catia, Los Chaguaramos, Valle Abajo, El Bosque, a avenida Francisco de Miranda, na região de Parque Cristal, Los Teques e 23 de Enero ficaram sem eletricidade por cerca de 10 minutos, entre 13h30 e 13h40.

Houve também relatos de interrupções no fornecimento de energia em estados como Nueva Esparta, Aragua, Zulia, Carabobo, entre outros. O evento causou um corte abrupto de energia em grande parte do centro e sul de Caracas, gerando inquietação e descontentamento entre os residentes.

Contexto do Apagão

  • Ocorrência: Em 22 de agosto de 2025, um apagão acompanhado de quedas de tensão elétrica afetou amplas áreas de Caracas e estados como Nueva Esparta, Aragua, Zulia e Carabobo, entre outros. O blecaute durou cerca de 10 minutos em algumas regiões, impactando bairros como San Bernardino, Catia e Los Chaguaramos.
  • Impacto: O incidente causou interrupções em serviços essenciais, como o metrô de Caracas, e gerou preocupação e insatisfação entre os moradores. Apesar de breve, o apagão foi significativo o suficiente para gerar relatos nas redes sociais.

Contexto Político e a Recompensa dos EUA

  • Aumento da Recompensa: No início de agosto de 2025, o governo dos Estados Unidos dobrou a recompensa para US$ 50 milhões por informações que levem à captura de Nicolás Maduro, acusado de liderar o Cartel de los Soles, uma suposta organização de narcotráfico.
  • Mobilização de Suposta Milícias: Em resposta, Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de supostos milicianos da Milícia Bolivariana, criada por Hugo Chávez, para proteger a soberania nacional contra “ameaças externas” dos EUA, incluindo o posicionamento de três destróieres da Marinha americana perto das águas venezuelanas.
  • Tensão Geopolítica: A presença de forças navais americanas no Caribe, sob o pretexto de operações antidrogas, e as sanções contra o governo de Maduro intensificam as tensões. Maduro e seus aliados, como o ministro do Interior Diosdado Cabello, classificam essas ações como tentativas de “mudança de regime” e “agressão imperialista”.

Possibilidade de Ação de Grupos Milicianos

  • Hipótese de Sabotagem: O governo venezuelano frequentemente atribui apagões a sabotagens por opositores políticos ou atores externos, como ocorreu em um blecaute maior em 30 de agosto de 2024, que durou mais de 12 horas e foi ligado a um suposto ataque à usina hidrelétrica de Simón Bolívar. No caso de 22 de agosto, não há menção explícita de sabotagem no texto reescrito, mas a narrativa de sabotagem é comum no discurso oficial.
  • Grupos Milicianos Opositores: Não há evidências diretas nos dados fornecidos de que grupos milicianos opositores, como o Tren de Aragua (designado como organização terrorista pelos EUA), estejam envolvidos no apagão de 22 de agosto. Contudo, a instabilidade política após a eleição presidencial contestada de 28 de julho de 2025 pode criar um ambiente propício para ações de grupos armados ou paramilitares.
  • Milícias Bolivarianas: As milícias leais a Maduro, mobilizadas em grande escala, têm como objetivo principal a defesa do governo contra ameaças internas e externas. Não há indícios de que essas milícias tenham causado o apagão, já que sua função é proteger o regime, não desestabilizá-lo.

Causas Alternativas para o Apagão

  • Fragilidade da Infraestrutura: Especialistas em energia, como Jose Aguilar e Victor Poleo, apontam que os apagões na Venezuela, incluindo os de 2019 e 2024, são frequentemente causados por falhas técnicas, falta de manutenção e subinvestimento na infraestrutura elétrica, especialmente na usina hidrelétrica de Guri, que abastece grande parte do país.
  • Condições Climáticas: Poleo sugere que descargas atmosféricas, combinadas com sistemas de proteção obsoletos, podem ter contribuído para falhas no sistema elétrico.
  • Falta de Evidências de Sabotagem: Apesar das alegações do governo de Maduro, não foram apresentadas evidências concretas de sabotagem no apagão de 22 de agosto ou em eventos anteriores, como o de 30 de agosto de 2024.

Relação com a Recompensa dos EUA

  • Motivação para Ações de Desestabilização: O aumento da recompensa por Maduro e as operações militares americanas no Caribe podem incentivar grupos opositores a realizar ações para desestabilizar o governo, incluindo ataques à infraestrutura elétrica. No entanto, não há dados específicos ligando o apagão de 22 de agosto a tais grupos.
  • Reação do Governo: A mobilização de milícias e a retórica de “ameaça imperialista” sugerem que Maduro usa esses incidentes para consolidar poder e desviar a atenção de problemas internos, como a crise energética e a contestação eleitoral.
  • Impacto Psicológico: A recompensa de US$ 50 milhões e a presença militar americana podem aumentar a paranoia do regime, levando a acusações de sabotagem sem provas, como forma de justificar medidas repressivas contra opositores.

Análise Crítica

  • Falta de Provas: Não há evidências concretas nos dados disponíveis que confirmem a participação de grupos milicianos, sejam opositores ou ligados ao governo, no apagão de 22 de agosto. As acusações de sabotagem são frequentes, mas carecem de suporte técnico ou investigativo.
  • Contexto Político: A narrativa de sabotagem pode ser uma estratégia do governo para desviar a culpa de falhas sistêmicas e mobilizar apoio interno, especialmente em um momento de alta tensão com os EUA e após uma eleição contestada.
  • Capacidade de Grupos Milicianos: Grupos opositores, como o Tren de Aragua, têm sido associados a atividades criminosas, mas não há registros de que possuam a capacidade técnica para executar ataques sofisticados contra a rede elétrica. Por outro lado, as milícias bolivarianas são voltadas para a defesa do regime, não para ações que o prejudiquem.

Nota do Editorial:

  • Probabilidade de Envolvimento Miliciano: É improvável que o apagão de 22 de agosto tenha sido causado por grupos milicianos, sejam opositores ou pró-governo, com base nas informações disponíveis. A explicação mais plausível, segundo especialistas, é a fragilidade crônica do sistema elétrico venezuelano, agravada por falta de manutenção e obsolescência.
  • Impacto da Recompensa: Embora o aumento da recompensa por Maduro e as tensões com os EUA criem um ambiente de instabilidade, não há conexão direta comprovada com o apagão. A retórica de sabotagem parece mais uma ferramenta política do governo para desviar a atenção de problemas internos.
  • Recomendações para Análise Futura: Monitorar investigações oficiais, relatórios técnicos independentes e movimentações de grupos armados pode esclarecer se há envolvimento de milícias. Além disso, é crucial avaliar se futuros apagões seguem padrões técnicos ou políticos semelhantes

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