O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi visto na manhã desta quinta-feira (11) em frente à sua casa em Brasília. Um dia após o voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que o absolveu de todas as acusações, o líder conservador sorriu e acenou. Ao seu lado, estava Eduardo Torres, irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Na noite de quarta-feira (10), Torres coordenou uma vigília com apoiadores de Bolsonaro nos arredores do condomínio na capital federal. Em prisão domiciliar, Bolsonaro já havia aparecido no local no primeiro dia do julgamento, em 2 de setembro. Naquela ocasião, ele mencionou que estava acompanhando a sessão da Primeira Turma do STF, mas também evitou responder a outras perguntas.
Os advogados de Bolsonaro informaram que ele expressou desejo de estar presente no julgamento no STF, mas foi orientado a não comparecer por questões de saúde. Na quarta-feira, em um voto que se estendeu por 12 horas, Fux decidiu pela condenação do tenente-coronel Mauro Cid e do general Walter Braga Netto, mas absolveu todos os outros réus do núcleo central do caso, incluindo Bolsonaro. Mesmo em relação a Cid, que confessou os crimes, e a Braga Netto, o único réu detido, Fux propôs a condenação por apenas um dos cinco crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) – a abolição violenta do Estado democrático de Direito. De acordo com o ministro, não há evidências de que um plano de golpe tenha sido efetivamente executado pelo ex-presidente.
Para Fux, o que ocorreu foi apenas uma “vaga cogitação” de medidas excepcionais. Seguindo sua linha de raciocínio, “atos preparatórios” não são passíveis de punição criminal, o que levou à absolvição.
“É desarrazoado equiparar palavras a atos efetivos de violência”, defendeu Fux.
