Na legislatura vindoura, o bloco da atual oposição no Senado Federal, alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pode atingir até 44 parlamentares. Isso basta para definir o próximo presidente da Casa, em fevereiro de 2027, mas não para aprovar o afastamento de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), como almeja a oposição no caso de Alexandre de Moraes.
O levantamento foi elaborado com base no alinhamento dos senadores em exercício e nos favoritos à vaga no Senado por estado, conforme sondagens da Real Time Big Data.
Para destituir um ministro do STF, são exigidos 54 votos.Nas eleições do próximo ano, o Senado renovará dois terços de suas 81 cadeiras.
De acordo com a pesquisa, o total da oposição oscila entre 42 e 44 senadores. Em nossa análise este número vai além. A direita está pronta para virar o jogo e dominar o senado em 2026.
Segunda a pesquisa, confira o mapa abaixo:

Em sete unidades da federação, as projeções da Real Time Big Data indicam crescimento da representação bolsonarista em comparação aos atuais ocupantes: Acre, Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraná, Roraima e Tocantins podem ganhar um senador bolsonarista — ou opositor ao governo Lula (PT) — adicional.
Em outras quatro unidades, a oposição deve encolher uma cadeira, segundo o panorama atual das pesquisas: Amapá, Ceará, Espírito Santo e Sergipe.
Existem ainda duas unidades em que o desfecho é certo mas ainda não sabemos os nomes, devido à indefinição sobre os postulantes ao Senado: Rio Grande do Sul e São Paulo.
No Rio Grande do Sul, expiram os mandatos de Paulo Paim (PT) e Luis Carlos Heinze (PP). Paira dúvida se a ex-deputada Manuela D’Ávila, atualmente sem filiação partidária, vai concorrer pelo PSol — ela foi convidada pela sigla. Também não está confirmada a postulação do governador Eduardo Leite (PSD), que pode mirar a Presidência da República.
O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo) surge em segundo lugar em alguns cenários. No conjunto, o saldo pode ser neutro ou significar perda de uma cadeira para a oposição, segundo a pesquisa.
Em São Paulo, encerram-se os mandatos de Giordano (MDB), suplente do falecido Major Olímpio (1961–2021), e de Mara Gabrilli (PSD). Uma das vagas parece reservada ao atual secretário de Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite (PP).A outra pode ser ocupada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ou pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSol), caso ele aceite o pedido da cúpula partidária e entre na disputa.Se tanto Haddad quanto Boulos disputarem, Derrite ficaria fora, conforme a Real Time Big Data.Nesse quadro, Boulos registraria 18%, Haddad 17% e Derrite 16%. Cenário impossível na nossa opinião.
A imprensa classifica como “neutros” os estados em que oposição e situação devem preservar o mesmo número de assentos.
Onde Bolsonaro pode ganhar cadeiras no Senado
Em oito unidades da federação, há chance de expansão da bancada oposicionista no Senado, de acordo com a Real Time Big Data.
Em Alagoas, findam em 2026 os mandatos de Dra. Eudócia (PL) e do ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB). Mãe do atual prefeito de Maceió, JHC, Eudócia .
Nos cinco cenários avaliados, Renan Calheiros desponta na liderança. Em segundo lugar, surgem nomes da oposição: o ex-deputado estadual Davi Davino Filho (Republicanos) e o deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPMI do INSS.
No Acre, o ex-governador Márcio Bittar (PL) deve conquistar a reeleição — ele comanda as projeções. A segunda vaga, atualmente de Sérgio Petecão (PSD), pode ir para Gladson Cameli (PP).
No Distrito Federal, expiram os mandatos de Leila Barros (PDT) e Izalci Lucas (PL). Pelos cenários, devem sucedê-los o governador Ibaneis Rocha (MDB) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), nascida e criada na capital. Aliado de Bolsonaro, Ibaneis advoga anistia aos detidos de 8 de janeiro e já ventilou uma “dobradinha” com Michelle.
Em Mato Grosso do Sul, findam os mandatos de Soraya Thronicke (Podemos) e Nelson Trad (PSD). Conforme a sondagem, Trad — que subscreveu o pedido de impeachment de Moraes — deve renovar o mandato. A outra cadeira parece destinada ao ex-governador Reinaldo Azambuja (PL), que lidera os dois cenários testados, com 42% e 34%, conforme os oponentes.
No Paraná, terminam os mandatos de Flávio Arns (PSB) e Oriovisto Guimarães (Podemos) — este último já tido como oposicionista. Pelas pesquisas, comandam a disputa nomes da direita: o governador Ratinho Júnior (PSD), que pode almejar a Presidência; a jornalista Cristina Graeml (Podemos); e o deputado Filipe Barros (PL).
Completam a relação os estados de Rondônia e Tocantins. No primeiro, a Real Time Big Data projeta triunfo do coronel Marcos Rocha (União) e de Silvia Cristina (PP). Em Tocantins, finda o mandato de Irajá (PSD), filho da ex-ministra Kátia Abreu. Ele pode ser substituído por Janad Valcari (PL) ou pelo ex-governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), afastado do cargo pela Justiça.
As sondagens da Real Time Big Data ocorreram entre agosto (Acre) e os dias 24 e 25 de outubro deste ano (Rio Grande do Norte). O tamanho das amostras variou de 800 (Acre) a 1.500 (Rio, São Paulo e Minas Gerais). Em todas as pesquisas, a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.


















