A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) declarou, nesta quinta-feira (9), que iniciará uma greve de fome para pressionar a Justiça italiana a rejeitar o pedido de extradição apresentado contra ela pelo governo brasileiro. A informação foi divulgada por meio de uma carta manuscrita pela parlamentar, destinada ao ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio.





No documento, compartilhado por Zambelli e seu advogado, Fabio Pagnozzi, a deputada alega ser alvo de perseguição política por sua atuação como parlamentar no Brasil e solicita que o ministro tome uma decisão baseada no que é “justo”, sem considerar questões políticas (leia a carta completa ao final desta matéria).
“Soube que o senhor se manifestou a favor da manutenção da minha prisão, depois da pressão do presidente do Brasil, Lula, e do embaixador do Brasil na Itália. Dessa forma, o senhor coloca ao seu lado o homem mais da história do Brasil e talvez do mundo. Não se trata de direita ou esquerda, mas de certo ou errado. O senhor está ao lado que (sic) apoia Hamas, tráfico de drogas, terrorismo, Irã, regimes narcoditadores como na Venezuela, ditadura de Cuba, entre outros pela América do Sul e da África. De mãos dadas com o presidente que disse NÃO À EXTRADIÇÃO de Cesare Battisti, mesmo ele não sendo brasileiro”, argumentou.
Em seguida, Zambelli sustenta que, ao apoiar sua prisão, Nordio “endossou uma decisão injusta e sem fundamentos” do ministro Alexandre de Moraes, destacando que o magistrado foi recentemente sancionado pelos Estados Unidos e enfrenta pedidos de impeachment no Senado brasileiro.”Com esse consentimento seu em manter uma cidadã inocente na cadeia, o senhor está de mãos dadas com o próprio demônio e vai se sujar também? Busquei a Itália porque tenho esperança deste país ainda prezar pela democracia e a justiça, meus antepassados Zambelli, Tomazetti, Fachini e tantos outros lutaram por esta Itália justa e perfeita”, acrescentou.
Por fim, a deputada anunciou que, a partir de agora, se absterá de consumir alimentos até que a Itália se posicione contra sua extradição para o Brasil. Ela afirmou que, para ela, “não há sentido em viver sem justiça”.”Por ter a certeza absoluta que o senhor não tomou a melhor decisão, começo hoje uma greve de fome que só o senhor pode acabar, negando minha extradição, o que me colocará em liberdade, que é o correto. Se o governo do Brasil fez pressão no senhor, então minha greve de fome também fará. Do que adianta viver sem justiça? Espero que não seja outro romano a “lavar suas mãos”. Minha vida está em suas mãos –”, frisou.