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ESCÂNDALO: Filho de Lula é encontrado pela PF durante operação que mira “ex-nora” do presidente

Agentes da Polícia Federal se depararam com Marcos Cláudio Lula da Silva, filho do presidente Lula da Silva, durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira, 12.

A operação investiga suspeitas de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC).

O endereço onde Marcos Cláudio foi encontrado pertence à ex-mulher dele, Carla Ariane Trindade, alvo da investigação. Segundo os policiais, ele recebeu a equipe de forma tranquila, e o encontro foi registrado no auto circunstanciado da diligência.

A operação, conduzida pela PF com autorização judicial, apura supostos repasses irregulares de recursos públicos a um empresário do setor educacional. Conforme o inquérito, Carla Ariane teria usado sua proximidade com integrantes do governo federal para intermediar liberações de verbas em troca de vantagens financeiras.

De acordo com informações publicadas pelo Estadão e confirmadas por fontes da PF, Carla Ariane é investigada por atuar como facilitadora de contratos dentro do MEC, atualmente chefiado pelo ministro Camilo Santana (PT).

Os investigadores suspeitam que ela tenha se valido de relações políticas e pessoais com figuras próximas ao Planalto para favorecer empresários em licitações e convênios educacionais.

Não há, até o momento, indícios de envolvimento direto de Marcos Cláudio ou do presidente Lula nas irregularidades.

Lobistas, doleiros e políticos: quem é quem no esquema de fraude em licitações de materiais escolares no interior de SP


O processo judicial que resultou na operação Coffee Break, da Polícia Federal, nesta terça-feira (12), indica que o esquema de fraudes em licitações de material escolar em prefeituras do estado de São Paulo envolvia, além de autoridades municipais, empresários, doleiros e lobistas. Cinco pessoas foram presas, entre elas, o vice-prefeito de Hortolândia, Cafu César (PSB).

Segundo a PF, alguns dos investigados alegavam ter influência no governo federal, dentre eles, Carla Ariane Trindade, ex-nora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Kalil Bittar, ex-sócio de outro filho do petista.

Entenda a seguir como funcionava o esquema e o papel de cada um dos suspeitos segundo a investigação da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU).

Operação Coffee Break

50 mandados de busca e apreensão

6 mandados de prisão preventiva

5 pessoas presas

24 pessoas são alvos dos mandados

4 prefeituras ligadas à maior parte dos desvios: Sumaré, Hortolândia, Limeira e Morungaba

O nome coffee break se dá porque os suspeitos chamavam a propina de “café”

O esquema

Segundo a investigação, a organização criminosa usava lobistas para intermediar contatos entre a Life Tecnologia Educacional, empresa usada no esquema, e o poder público.

O dinheiro arrecadado era lavado por meio da ação de doleiros que geravam o montante em espécie para repassar propinas aos envolvidos nas etapas anteriores.

Segundo a PF, a maioria dos créditos recebidos pela Life entre 2021 e 2024 vem de recursos públicos. Os valores recebidos de Sumaré, Hortolândia e Morungaba totalizam R$ 99.399.812,87.

A investigação também aponta um valor de R$ 11.757.440,96, possivelmente referente à cidade de Limeira. Com isso, o total proveniente de entes públicos é de R$ 111.157.253,83.

Em termos de faturamento por notas fiscais, as vendas da Life para esses municípios somaram pouco mais de R$ 86 milhões.

Quem é quem no esquema



André Gonçalves Mariano: é apontado como o líder da organização criminosa, proprietário da empresa Life Tecnologia Educacional, responsável por gerar lucro ilícito por meio de licitações superfaturadas, lavar o dinheiro e coordenar o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos e intermediadores políticos. Segundo a PF, ele recebeu mais de R$ 16 milhões diretamente em sua conta pessoal. Mariano foi preso preventivamente na operação desta quarta (12).

O empresário já tinha sido condenado em 2024 pela Justiça Federal por crime de fraude em uma licitação e, inicialmente, teria que cumprir dois anos de detenção em regime aberto, que foram substituídos por prestação de serviços à comunidade ou entidade pública, além do pagamento de multa.

Carlos Augusto Cesar, o “Cafu”: é vice-prefeito e secretário de Governo de Hortolândia, investigado por atuar ativamente no direcionamento de licitações do município e liberação de pagamentos para a Life em troca de vantagens indevidas. A investigação aponta indícios de que ele teria recebido (por meio de terceiros) pelo menos R$ 2,4 milhões. Ele foi preso preventivamente nesta quarta.

Fernando Gomes de Moraes: é o secretário municipal de Educação de Hortolândia (SP), acusado de assinar atas de registro de preços, direcionar licitações e agilizar pagamentos da Life em troca de propina. Foi preso preventivamente na operação desta quarta (12).

José Aparecido Ribeiro Marin: é ex-secretário municipal de Educação de Sumaré, apontado como o principal parceiro de André Mariano na cidade, responsável por direcionar licitações e liberar pagamentos em troca de propina. Ele foi alvo de mandado de prisão, não cumprido.

Carla Ariane Trindade: foi casada com Marcos Cláudio Lula da Silva, filho adotado por Lula. É mãe de neto do atual presidente. Carla foi alvo de busca e apreensão nesta quarta (12). Segundo a Polícia Federal, ela integra o núcleo político da organização criminosa, atuando como lobista e intermediária para a empresa Life Tecnologia Educacional, defendendo seus interesses junto a órgãos públicos federais — especialmente o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) — e municipais. É citada na investigação com as alcunhas de “Nora” e “amiga de Paulínia”.

Kalil Bittar: é ex-sócio de filho de Lula (Fábio Luís Lula da Silva) e apontado como intermediador político e “lobista”, sendo considerado pela PF como figura de “grande importância e participação no sucesso empresarial da Life”. Ele teria recebido pagamentos diretos e “mesada” de André Mariano, além de um carro de luxo da marca BMW, doado também por Mariano. Ele foi alvo de busca e apreensão em Brasília nesta quarta.

Kalil foi visto em uma comitiva brasileira em viagem oficial à China, acompanhando o Vice-Presidente da República, embora não possuísse “qualquer vínculo formal” com órgãos públicos. Segundo a PF, a finalidade era patrocinar os interesses privados de Andre Mariano junto aos órgãos públicos.

Eduardo Maculan: foi identificado como “doleiro” que atuava com Claudia Terumi na conversão de transferências da Life em dinheiro em espécie, utilizando empresas e métodos como pagamento de boletos fracionados. Suas empresas teriam recebido mais de R$ 9 milhões da Life. Ele foi preso preventivamente nesta quarta.

Abdalla Ahmad Fares: também identificado como “doleiro” e proprietário de diversas empresas, ele é responsável por converter recursos da Life em dinheiro em espécie para André Mariano fazer o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos e lobistas. Ele foi preso preventivamente nesta quarta.

Rogério Mion: é Secretário Municipal de Habitação de Hortolândia e foi alvo de busca e apreensão.

Marcia Cristina Tognete: é diretora do Centro de Formação de Educadores Municipais de Sumaré e teria recebido R$ 187 mil dividido em 42 transações indevidamente a partir de outubro de 2021. Foi alvo de busca e apreensão.

Alejandro Vladimir Bermejo Ângulo Junior: professor de Sumaré que assinou documento que desqualificou uma empresa concorrente da Life, em processo de licitação. Foi alvo de busca e apreensão.

Marcus Ricardo Gonçalves: é professor de Sumaré que assinou documento que desqualificou uma empresa concorrente da Life, em troca de R$ 24 mil. Foi alvo de busca e apreensão.

Clovis Adriano Viana: é professor de Sumaré que assinou documento que desqualificou uma empresa concorrente da Life, em troca de R$ 14 mil segundo a investigação. Foi alvo de busca e apreensão.

Claudia Terumi Okumura Rodrigues: parceira de Eduardo Maculan na atividade de doleira, foi alvo de busca e apreensão.

Mercilio dos Santos Yamassita: foi identificado como um operador financeiro responsável por intermediar a conversão de transferências bancárias em dinheiro vivo para Mariano, e lavar dinheiro a partir de empresas de fachada como a Les Barons. Foi alvo de busca e apreensão.

Paulo de Matos Junior: envolvido na lavagem de dinheiro via criptoativos. Foi alvo de busca e apreensão.

Péricles Santos Gomes: sócio da empresa de fachada Les Barons, utilizada como “banco clandestino”. Foi alvo de busca e apreensão.

Paulo Marcos Borges dos Santos: é apontado como lobista com acesso a ministérios e parlamentares. Foi alvo de busca e apreensão.

Serafim José de Oliveira Junior: teria atuado pontualmente como doleiro auxiliando no esquema de lavagem de dinheiro. Foi alvo de busca e apreensão.

Gustavo Adolfo Morceli Rodrigues: fornecedor que contribuiu para o superfaturamento e parceiro empresarial de André Mariano. Há indícios de lavagem de dinheiro a partir de empresas controladas por Gustavo. Foi alvo de busca e apreensão.

João Raphael de Oliveira Lima Knack: teria indicado doleiros para André Mariano. Foi alvo de busca e apreensão.

Cristian Bergue Cesar: é filho Carlos Augusto Cesar, o “Cafu”, vice-prefeito e secretário de Governo de Hortolândia preso nesta quarta suspeito de auxiliar na lavagem de propinas. Foi alvo de busca e apreensão.

Magno Romero Rabelo Mota: envolvido no lobby em Brasília. Esteve presente em uma reunião da Life no FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), atuando como um dos representantes da empresa. Foi alvo de busca e apreensão.

Daniel Lancaster Gonçalves Grassano de Moraes: teria oferecido serviço de lavagem de dinheiro por meio da empresa Metrópole Soluções Ltda.

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