Alessandro Stefanutto, ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entre julho de 2023 e abril de 2025, foi preso nesta quinta-feira (13) durante uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões. A ação faz parte da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).
Senador Carlos Viana diz que todo mundo achou que a CPMI do INSS não daria em nada ou iria virar pizza, confira os próximos passos:
“Disseram que não daria nada l, não disseram? Não falaram para vocês que a CPMI ia virar pizza?”
A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta quinta-feira (13/11), nove mandados que levaram à prisão figuras importantes no esquema de descontos ilegais aplicados em aposentadorias e pensões do INSS.
No total, foram expedidos 10 mandados de prisão preventiva (dos quais nove foram cumpridos até o momento) e 63 mandados de busca e apreensão, em 17 estados e no Distrito Federal. Não estão previstas oitivas para esta quinta e que os presos devem passar por audiência de custódia e encaminhados ao presídio.
As investigações miram crimes como inserção de dados falsos, organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Stefanutto havia sido afastado e posteriormente demitido do cargo em abril, após o escândalo de fraudes no órgão vir a público. Segundo as investigações, o grupo criminoso teria movimentado valores que podem chegar a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. As forças de segurança cumprem 63 mandados de buscas, além de outras medidas cautelares, no Distrito Federal e em 14 estados.
PF encontra cofre, fuzil e carros de luxo em operação contra fraude no INSS. As apreensões ocorreram enquanto a PF cumpria 10 mandados de prisão preventiva e 63 mandados de busca e apreensão em 17 estados e no Distrito Federal.

Além de Stefanutto, a operação também mira outros nomes, como o ex-ministro da Previdência Ahmed Oliveira, que é alvo de mandados de busca e passará a usar tornozeleira eletrônica. Já o deputado federal Euclydes Pettersen Neto (Republicanos-MG) e o deputado estadual Edson Cunha de Araújo (PSB-MA) também são alvo de busca e apreensão.


Os suspeitos são investigados pelos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de atos de ocultação e dilapidação patrimonial.



Entre os investigados alvos de mandado de prisão, estão:
Alessandro Stefanutto – ex-presidente do INSS;
Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como “Careca do INSS”;
Vinícius Ramos da Cruz – presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT);
Tiago Abraão Ferreira Lopes – diretor da Conafer e irmão do presidente da entidade, Carlos Lopes;
Cícero Marcelino de Souza Santos – empresário ligado à Conafer;
Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior – também integrante da Conafer;
André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira, ex-procurador-geral do INSS;
Thaísa Hoffmann, esposa de Virgílio
Como funcionava o esquema
O grupo utilizava entidades, associações e organizações parceiras do INSS para inserir, no sistema oficial, cobranças associativas não autorizadas, que eram automaticamente descontadas no pagamento de aposentados e pensionistas.
A fraude atingiu milhões de beneficiários, muitos dos quais só descobriram o golpe após notar redução permanente no valor recebido mensalmente.
Relatórios da CGU apontam que as entidades investigadas mantinham acordos internos que permitiam a distribuição dos valores arrecadados de forma indevida, movimentando grandes quantias sem transparência ou critério.


















