Neste sábado (4), o ministério da Saúde, divulgou que o Brasil registra 127 ocorrências de envenenamento por metanol até agora.
Até a manhã deste sábado, eram 127 casos suspeitos em todo o país, com 11 confirmados.
Casos por estado
São Paulo segue concentrando a maior parte dos casos: são 162 notificações, sendo 14 confirmadas e 148 em investigação. O estado registra uma morte confirmada e outras sete em apuração. Confira a situação nos demais estados:
- Pernambuco: 11 casos suspeitos; 3 mortes em investigação
- Mato Grosso do Sul: 5 casos suspeitos; 1 morte em investigação
- Paraná: 5 casos suspeitos
- Bahia: 2 casos suspeitos; 1 morte em investigação
- Rio Grande do Sul: 2 casos suspeitos
- Distrito Federal: 1 caso suspeito
- Espirito Santo: 1 caso suspeito
- Goiás: 2 casos suspeitos
- Mato Grosso: 1 caso suspeito
- Rondônia: 1 caso suspeito
- Piauí: 1 caso suspeito
- Rio de Janeiro: 1 caso suspeito
- Paraíba: 1 caso suspeito
A PF (Polícia Federal) e as polícias civis estaduais estão conduzindo as investigações, com atenção especial para São Paulo, onde se concentram a maioria dos casos.
Segundo o ministério, até o presente, não foram detectadas adulterações em produtos alcoólicos comercializados em latas ou em recipientes com lacres de metal.
O caso recente de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas no Brasil, concentrado principalmente em São Paulo desde junho de 2025, envolve a adulteração de destilados como gin, vodca e uísque com metanol – um álcool industrial tóxico que pode causar cegueira, danos neurológicos, coma ou morte.
As investigações apontam para uma rede de falsificação que “batiza” marcas famosas com a substância para reduzir custos, distribuída em bares, adegas e eventos sociais.
Há suspeitas de ligação com o crime organizado, como o PCC, que importaria metanol ilegalmente para fins semelhantes em combustíveis, e a Polícia Federal (PF) abriu inquérito para rastrear a origem e possível expansão para outros estados.
Autoridades realizaram operações que apreenderam milhares de garrafas falsificadas, interditaram estabelecimentos e criaram gabinetes de crise, com o Ministério da Saúde instalando uma Sala de Situação para monitoramento nacional.
Quem já foi penalizado: As investigações estão em fase inicial, com foco em produtores clandestinos e distribuidores. Em São Paulo, a Polícia Civil prendeu um homem na Zona Norte de SP identificado como principal fornecedor de materiais para falsificação de destilados. Uma operação em Americana (SP) desmantelou uma fábrica ilegal, apreendendo 17.790 garrafas de whisky, gin e vodca falsificados, e resultou na prisão de duas pessoas. Bares e adegas foram interditados (como nos Jardins e Mooca, em SP), mas donos alegam serem vítimas de fornecedores informais. A PF e o Ministério Público investigam possível envolvimento de organizações criminosas, sem prisões de alto escalão divulgadas até agora.
Percentual de bebida adulterada vendida no Brasil: De acordo com pesquisa do Núcleo de Pesquisa e Estatística da Fhoresp (divulgada em abril de 2025), cerca de 36% das bebidas alcoólicas comercializadas no país são fraudadas, falsificadas ou contrabandeadas, com destilados como vodka (1 em cada 5 garrafas adulteradas) e vinhos sendo os mais afetados. Isso gera perdas estimadas em R$ 88 bilhões anuais para o setor, incluindo sonegação de R$ 29 bilhões.