Por Cleber do Jacaré de Tanga
O ex-presidente Michel Temer (MDB) propôs, nesta quinta-feira (18), que o projeto de anistia receba o nome de “PL da Dosimetria” e seja elaborado por meio de um “acordo republicano” entre os Três Poderes, visando “tranquilizar” o país. O objetivo não seria absolver os condenados pelo suposto golpe de Estado, mas sim diminuir as penas impostas.
As declarações ocorreram em um vídeo gravado ao lado do relator da proposta, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), e do deputado Aécio Neves (PSDB-MG).
“Já conversamos um pouco aqui. É de comum acordo, STF com o Executivo, numa espécie de pacto republicano, digamos assim. Especialmente com esta denominação de PL da Dosimetria, portanto, de uma nova dosagem das penas, né? Acho que pode produzir um resultado muito positivo” disse Temer.
No mesmo vídeo, Paulinho da Força destacou que o Brasil “não tolera mais essa divisão entre extrema-direita e extrema-esquerda” e que o país “deve focar no futuro” para “aprovar projetos relevantes”.
Aécio, por sua vez, argumentou que anistiar aqueles condenados por tentar derrubar o Estado Democrático de Direito é algo já considerado “inconstitucional” pelo STF. Assim, a nova denominação é mais “adequada” para “promover justiça, permitindo que pessoas que participaram indiretamente daquele processo sigam com suas vidas, enquanto o Brasil avança em sua agenda”.
Confira o que disse Eduardo Bolsonaro, após o vídeo de Temer, Aécio e Paulinho da Força
Temer ligou para Gilmar e Moraes durante reunião sobre anistia
A informação foi dada pelo próprio relator ao Metrópoles. O encontro ocorreu nesta quinta-feira (18), na casa de Temer, em São Paulo. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), participou de forma remota.
Meus caros amigos, o povo brasileiro não pode ficar refém de três figuras do sistema político, como Temer, Paulinho da Força e Aécio Neves, que tentam impor uma narrativa de “dosimetria” em vez de atender à demanda popular por anistia plena. A proposta de reduzir penas, disfarçada de “pacto republicano”, parece uma manobra para apaziguar a polarização sem ouvir o desejo claro da população por justiça e anistia imediata. O Brasil precisa de soluções que respeitem a vontade popular, não de acordos de cúpula que perpetuam o controle do sistema sobre as demandas do povo.