PF quer policiais dentro da casa de Bolsonaro para evitar suposta FUGA

A Polícia Federal solicitou nesta terça-feira (26) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para posicionar uma equipe policial dentro da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em tempo integral, visando assegurar o cumprimento da prisão domiciliar e impedir uma eventual fuga.

Mais cedo, o ministro atendeu a um pedido da PF e a um parecer positivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) para permitir a presença de agentes policiais ao redor da moradia do ex-presidente, com monitoramento em tempo real. Em documento assinado pelo diretor-geral, Andrei Rodrigues, a PF afirma que para “garantir a efetividade da medida (manutenção da prisão domiciliar) seria imperiosa a determinação para uma equipe de policiais permanecer 24h no interior da residência, como há precedentes”.

O órgão faz referência ao caso do juiz Nicolau dos Santos, condenado por crime de corrupção devido a desvios de recursos entre 1994 e 1998, relacionados à construção do Fórum Trabalhista de São Paulo. A PF sustenta no ofício que o uso de tornozeleira eletrônica não é suficiente, pois “depende de sinal de operadora de telefonia para tanto, sendo possíveis falhas, ou mesmo interferências deliberadas para retardo da detecção de violações das condições”.

Na recomendação da PGR, foi sugerida apenas a presença de uma equipe policial ostensiva em alerta para o acompanhamento na casa do ex-presidente. O diretor da Polícia Federal aponta que as medidas propostas pela PGR demandariam a mobilização de diversos servidores no condomínio de Bolsonaro, com controle rigoroso de entradas e saídas de veículos. Contudo, operacionalmente, isso seria impraticável e geraria incômodo aos moradores, indo contra os próprios fins da Procuradoria.

Ainda durante a noite desta terça, o ministro Alexandre de Moraes enviou o ofício da PF para que a PGR apresente uma nova manifestação. O reforço nas medidas de segurança em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro ocorre a poucos dias do início do julgamento no Supremo Tribunal Federal, agendado para 2 de setembro. Ele e outros sete réus são acusados de fazer parte do chamado “núcleo crucial” de uma suposta organização criminosa envolvida em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.