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Gripen: Por que o Brasil escolheu Bem

Neste artigo trago uma visão abrangente e técnica sobre um dos aviões de caça mais avançados do mundo. Trago informções da Base da Industria de Defesa focando nas capacidades do Gripen, destacando sua relevância para forças aéreas modernas, com ênfase especial na escolha estratégica do Brasil.

Um aspecto crucial da filosofia de design do Saab Gripen, que o posiciona como um “devorador de Sukhoi” devido à sua estratégia operacional única, projetada para neutralizar táticas russas, como as usadas em conflitos recentes. A Rússia frequentemente emprega ataques preventivos contra bases aéreas para destruir caças inimigos no solo, como visto em operações na Ucrânia, onde mísseis balísticos e drones visam infraestruturas fixas. Em contrapartida, a Suécia desenvolveu o Gripen com o objetivo principal de evitar essa vulnerabilidade: um caça leve, econômico (custo por hora de voo de US$ 4.000-5.000 contra US$ 15.000-20.000 de um Su-35), com manutenção simplificada (troca de motor em 1 hora) e capacidade de operar em pistas curtas de apenas 800 metros, incluindo estradas. Essa mobilidade é uma vantagem estratégica, pois o Gripen não depende de bases fixas, que são alvos fáceis. A Suécia realiza exercícios regulares em suas rodovias principais, treinando decolagens e pousos em condições austera, o que permite dispersar os caças em locais improvisados, dificultando a detecção e destruição por forças russas. Essa combinação de agilidade, baixo custo e operação descentralizada torna o Gripen um adversário formidável, capaz de superar os pesados e base-dependentes caças Sukhoi, como o Su-35, cuja assinatura radar maior (1-3 m² contra 0,5 m² do Gripen) e necessidade de bases convencionais o tornam mais vulnerável.

O Gripen é uma caça supersônico, projetado pela Saab AB, da Suécia, uma solução versátil para missões de superioridade aérea, ataque ao solo e reconhecimento. Aqui trago os pontos principais desse importanto equipqmento de defesa :

1. História e Desenvolvimento do Gripen

O Gripen, cujo nome significa “Grifo” em sueco, É uma criatura mitológica com cabeça e asas de águia e corpo de leão. A criatura representa a força do leão e a sabedoria da águia, simbolizando poder e sabedoria divinos. Essa combinação de qualidades faz com que o grifo seja o “rei dos céus e da terra”. Além disso, a designação completa do caça é JAS 39 Gripen, onde “JAS” é um acrônimo para as funções do avião em sueco:

-Jakt: Caça (missões ar-ar).

-Attack: Ataque (missões ar-solo e ar-mar).

-Spaning: Reconhecimento (missões de reconhecimento).

Foi desenvolvido pela Saab nos anos 1970 e 1980 como resposta à necessidade de um caça leve e acessível para substituir o obsoleto Saab 37 Viggen. O primeiro voo ocorreu em 1982, com entrada em serviço na Força Aérea Sueca em 1996.

Projeto: o Gripen foi projetado para operar em pistas curtas e improvisadas (como estradas), com baixa manutenção e alta disponibilidade (acima de 90% em operações reais), ideal para nações com orçamentos limitados.

Evolução das variantes: do Gripen A/B (prototipos iniciais) aos C/D (versões exportadas, com melhorias em aviônicos) e E/F (a geração mais recente, com motor GE F414, maior alcance e sensores AESA – Active Electronically Scanned Array).

2. Especificações Técnicas e Design Inovador:

Configuração Aerodinâmica: Asa delta com canards (asas frontais), estabilidade relaxada e controles fly-by-wire (elétricos), permitindo manobras ágeis e estabilidade em voo supersônico (até Mach 2).

Motor e Desempenho: Monomotor General Electric F414 (na variante E/F), com empuxo de 98 kN, alcance de 4.000 km com tanques externos, teto operacional de 16.000 m e velocidade máxima de 2.470 km/h. O vídeo destaca a capacidade de decolagem em pistas de apenas 800 metros.

Aviônicos e Sensores: Radar AESA Raven ES-05 (ou o mais avançado GaN-AESA no E/F), que detecta alvos a 300 km e rastreia múltiplos simultaneamente. Inclui IRST (Infrared Search and Track) para detecção passiva de stealth, e sistemas de guerra eletrônica (EW) como o Arexis, que confunde mísseis inimigos.

Armamento: 10 pontos de hardpoints para até 7 toneladas de carga, incluindo mísseis ar-ar Meteor (alcance >100 km), AIM-120 AMRAAM, ar-terra como o Taurus KEPD 350, bombas guiadas e pods de reconhecimento. O vídeo menciona a interoperabilidade com NATO, facilitando exportações.

Cabine e Ergonomia: Cockpit com telas multifuncionais de 10 polegadas, HUD (Head-Up Display) e integração com capacete HMSS (Helmet-Mounted Sight and Sensor), reduzindo a carga do piloto.

3. Capacidades Operacionais e Multirole

Missões Principais: Superioridade aérea (dogfight e BVR – Beyond Visual Range), ataque ao solo preciso, supressão de defesas inimigas (SEAD), patrulha marítima e inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR).

Vantagens em Combate: Baixo custo por hora de voo (cerca de US$ 4.000-5.000), comparado a US$ 20.000 do F-35. Conectividade é apalavra chave: o Gripen E/F integra redes de dados como o Link 16, permitindo operação em “enxames” com drones ou outros aviões.

Manutenibilidade: Troca de motor em 1 hora, diagnóstico automatizado via software, e operação em ambientes austeros, como bases remotas na Amazônia brasileira.

Exemplos de Uso Real: Referências a operações na Líbia (2011, pela Suécia), exercícios da OTAN e exportações para Hungria, República Tcheca, Tailândia e África do Sul, onde demonstrou taxa de disponibilidade superior a 95%.

4. Comparações com Concorrentes

Versus F-16 (EUA): Gripen é mais leve, barato e versátil em pistas curtas, mas com menor carga útil; superior em EW e integração de sensores.

Versus Rafale (França) e F/A-18 Super Hornet (EUA): O Gripen NG (E/F) oferece custo-benefício melhor, com 80% das capacidades por 50% do preço, sem dependência de fornecedores americanos.

Versus Su-35 (Rússia): Maior agilidade e furtividade relativa do Gripen, com menor assinatura radar (RCS de 0,5 m² vs. 1-3 m² do Su-35).

O Gripen venceu concorrências globais por sua “inteligência operacional” e transferências de tecnologia, ponto crucial para o Brasil.

5. Importância Estratégica para o Brasil

Seleção em 2014 no programa FX-2: Escolha sobre Rafale e Super Hornet por offset industrial (50% de transferências de tecnologia) e montagem local pela Embraer.

Integração com ecossistema brasileiro: Adaptação para operar com o data link Link BR-2, mísseis Mectron e aviões como o A-29 Super Tucano.

Exercícios como CRUZEX 2024: Debut do Gripen brasileiro em operações compostas, demonstrando superioridade regional.

O Gripen não é só um avião, mas um “ecossistema” que impulsiona a soberania tecnológica do Brasil, com potencial para exportações regionais.

O Gripen é o futuro da aviação de defesa, representa equilíbrio entre inovação, custo e autonomia.

Por Que o Brasil Acertou na Compra dos Gripen

A decisão brasileira de adquirir o Gripen em 2014 foi um acerto estratégico multifacetado. Em primeiro lugar, o programa FX-2 priorizou não apenas o hardware, mas o desenvolvimento industrial: com 50-60% de transferências de tecnologia, a Embraer ganhou expertise em montagem, integração de sistemas e produção de componentes, posicionando o Brasil como hub regional para o Gripen (potencial exportador para vizinhos como Colômbia). Economicamente, o custo por unidade é acessível (cerca de US$ 85 milhões, incluindo suporte), com baixa manutenção, evitando a dependência de fornecedores caros como os EUA ou França. Operacionalmente, o Gripen E/F oferece salto geracional sobre os F-5 e AMX obsoletos, com radar AESA e EW avançados, garantindo superioridade aérea na América do Sul – onde o Brasil detém a frota mais moderna. Além disso, a neutralidade sueca evita sanções geopolíticas, e a produção local (15 unidades em Gavião Peixoto) gera empregos e soberania. Foi uma escolha visionária que equilibra defesa, economia e inovação, evitando “apagões” operacionais e fortalecendo a liderança regional.

Detalhes da Aquisição Brasileira

Inicialmente o Brasil adquiriu, 36 aeronaves (28 monoplace Gripen E e 8 biposto Gripen F), contratadas em outubro de 2014. Em novembro de 2024, uma carta de intenção (LoI) foi assinada para aumento de 25%, adicionando 9 unidades, totalizando 45. Negociações adicionais em setembro de 2025 visam mais 6 E e 12 C/D usados da Suécia, potencializando até 63 aeronaves.

Custo: O contrato original custou US$ 4,68 bilhões (incluindo treinamento, armas e offsets industriais). Adicionais não divulgados, mas estimados em US$ 1-1,5 bilhão para as 9 extras, financiados via exportações suecas como o C-390 Millennium.

Quantos o Brasil Já Recebeu: Até junho de 2025, 10 F-39E (designação brasileira) foram entregues e operacionais na Base Aérea de Anápolis. Inclui 8 operacionais + 2 para testes (FAB 4100). Uma 10ª unidade chegou em junho de 2025, e a primeira montada no Brasil está prevista para o final de 2025.

Quantos Faltam Receber: Dos 36 originais, restam 26 (considerando entregas parciais). Com o aumento para 45, faltam cerca de 35 no total, incluindo as novas.

Vão Comprar Mais?: Sim, negociações avançadas para 18 adicionais (6 E + 12 C/D usados) como ponte para aposentadoria de F-5 e AMX, com decisão esperada até o final de 2025. A FAB mira 60-70 unidades totais nos próximos 10 anos, com interesse em 30 extras reportado em fevereiro de 2025.

Ameaças Regionais que o Gripen Pode Ajudar a Combater

O Gripen E/F é ideal para enfrentar desafios na América do Sul em 2025, onde ameaças são mais assimétricas que convencionais.

Principais:Tráfico de Drogas e Crime Organizado: Cartéis usam rotas aéreas na tríplice fronteira (Brasil-Colômbia-Peru) e Amazônia. O Gripen integra com Super Tucano via Link BR-2 para interceptar aviões lentos, com radar AESA detectando alvos baixos a 300 km, e mísseis para neutralização precisa, reduzindo perdas civis.

Disputas Fronteiriças e Vigilância Territorial: Tensões com Venezuela (armada russa) e migração na Colômbia demandam patrulhas. O alcance de 4.000 km e operação em pistas curtas cobrem a vastidão amazônica, dissuadindo incursões e apoiando missões ISR.

Ameaças Cibernéticas e Híbridas: Com EW avançado, o Gripen resiste a jamming e integra ciberdefesa, combatendo drones ou mísseis balísticos de atores não estatais (ex.: FARC remanescentes).

Obsolescência Regional e Dissuasão: Países vizinhos modernizam (ex.: Chile com F-16, Peru com MiG-29), mas o Gripen garante liderança brasileira, evitando “corridas armamentistas” e facilitando cooperações como CRUZEX.

Desastres Naturais e Resposta Humanitária: Multirole para reconhecimento pós-furacões ou incêndios, com pods de imagem.

Em essência, o Gripen transforma o Brasil em potência defensiva regional, combatendo ameaças reais sem escalada desnecessária.

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