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Soberania Nacional Está em Risco

Em meio à escalada da violência urbana no Brasil, o ex-capitão do BOPE e idealizador do filme Tropa de Elite, Rodrigo Pimentel, botou na mesa o que está acontecendo.

Em entrevistas recentes, Pimentel não poupou palavras ao diagnosticar uma crise que vai além da segurança pública: para ele, o controle territorial exercido por grupos como o Comando Vermelho (CV) e o PCC representa uma erosão direta da soberania nacional.

“A expansão territorial de facções ameaça a soberania nacional”, afirmou ele à Folha nesta terça-feira (28), ecoando um alerta que, segundo o especialista, é subestimado por autoridades e sociedade.

O estopim para suas declarações foi a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro que resultos em diversos bandidos mortes e apreensão de mais de 100 fuzis.

Pimentel analisou o episódio como um sintoma de um mal maior: o Estado brasileiro perdeu o monopólio da força em vastas áreas urbanas.

“O que você vê no Rio, em Salvador ou em Fortaleza não existe na América do Sul”, disparou o ex-comandante da equipe Alfa do BOPE, comparando a situação a zonas de guerra como a Síria de uma década atrás. Para ele, as táticas empregadas pelo CV – como o uso de drones para vigilância, barricadas incendiárias e fechamento de ruas com veículos – não são meras reações criminosas, mas “uma ação típica de terrorismo” que impõe leis paralelas e desafia o controle estatal.

Pimentel vai além da crítica tática. Ele argumenta que cerca de quatro milhões de brasileiros vivem “atrás de barricadas”, em territórios onde o governo é mera presença simbólica. Essa fragmentação territorial, agravada pela expansão das facções para todos os estados da federação, transforma o Brasil em um caldeirão pior que a Colômbia dos anos 1980 e 1990, época do auge do Cartel de Medellín.

“Sem enfrentamento real, o país continuará refém de grupos armados que impõem suas próprias leis”, alertou, criticando a relutância de instituições como o Supremo Tribunal Federal e o governo federal em reconhecer a gravidade do cenário.

Em tom mais incisivo, em aparições em podcasts, ele chegou a evocar uma “guerra civil” entre polícia e facções, sugerindo que a soberania – o poder exclusivo do Estado sobre seu território e população – já está “acabando” em bolsões estratégicos, onde o crime dita o ritmo da vida cotidiana.

Pimentel cobra uma resposta integrada: classificar essas organizações como terroristas, o que facilitaria cooperações internacionais com agências como FBI, DEA e Interpol, desburocratizando o acesso a inteligência sobre fluxos financeiros e movimentações globais de líderes criminosos.

“Isso tem um valor simbólico importante”, enfatizou, ao mesmo tempo em que lamenta a falta de engajamento da sociedade civil.

O verdadeiro desafio à soberania não vem de discursos externos, mas de dentro: enquanto facções constroem exércitos privados, o Estado opera com recursos limitados, como os 2.500 agentes mobilizados no Rio – “o que tem”, mas longe do necessário para reconquistar o terreno perdido.

Em um Brasil onde 64 facções atuam em todas as unidades da federação, a operação no Rio soa como um chamado à ação. Se ignoradas, avisam, a nação pode se tornar um arquipélago de territórios disputados, onde a bandeira nacional é substituída por bandeiras vermelhas de guerra urbana. A hora de restaurar a soberania é agora – antes que o refém vire permanente.

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