Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, discursou na 80ª Assembleia Geral da ONU em Nova York, com um dos discuros mais dureos ao mundo, em um ambiente altamente tenso, aplausos e uma saída em massa de delegações, inclusive o Brasil.
Netanyahu diz que Israel está transmitindo ao vivo seu discurso para todos os celulares em Gaza
“Larguem suas armas, libertem todos os 48 reféns. Se fizerem isso, viverão. Se não fizerem, Israel vai atrás de vocês”.
Seu discurso, de tom desafiador, durou cerca de 30 minutos e focou na defesa das ações militares de Israel, na rejeição ao reconhecimento de um Estado palestino e em apelos diretos aos reféns em Gaza. Abaixo, confira ponto a ponto as principais falas e alertas do líder israelense.
Alto-falantes foram posicionados em diversos pontos dentro da Faixa de Gaza para a transmissão ao vivo do discurso do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu hoje na ONU.


-Abertura com defesa das ações militares contra inimigos: Netanyahu iniciou destacando vitórias militares de Israel, como a “eliminação” da liderança do Hezbollah (incluindo a explosão de pagers usados por militantes) e o enfraquecimento do arsenal iraniano. Ele afirmou que Israel “removemos uma ameaça existencial do Irã” e que o país “cripou o Hezbollah, eliminando a maioria de seus líderes e grande parte de seu arsenal de armas”. Isso foi recebido com aplausos da delegação israelense.
Mensagem de Netanyahu aos líderes ocidentais que reconhecem um estado palestino: “Israel não permitirá que vocês nos enfiem um estado terrorista goela abaixo.”
Eis a situação atual. Metade da liderança houthi no Iêmen se foi. Yehiah Sinwar em Gaza se foi. Hasan Nasrallah no Líbano se foi. O regime de Assad na Síria se foi. Aquelas milícias no Iraque? Bem, elas ainda estão dissuadidas. E seus líderes, se atacarem Israel, também se serão. E os principais comandantes militares do Irã e seus principais cientistas nucleares… Bem, eles também se foram, escreveu Benjamin após discurso na ONU

Netanyahu diz que o Irã tentou assassinar Trump “não uma, mas duas vezes!”
-Rejeição ao reconhecimento de um Estado palestino: Com veemência, ele criticou líderes ocidentais (como os da França, Bélgica, Portugal e Reino Unido) por reconhecerem a Palestina, chamando isso de “capitulação vergonhosa” e “ceder à pressão de ativistas, mídia tendenciosa, constituintes islamistas radicais e turbas antissemitas”. Alertou: “Vocês cederam. Em vez de condenar os assassinos, estupradores e queimadores de crianças, querem dar-lhes um Estado no coração de Israel. Quando os terroristas mais selvagens da Terra elogiam sua decisão, vocês fizeram algo errado, horrivelmente errado”. Ele exibiu um mapa de um “Novo Oriente Médio” para ilustrar sua visão de paz sem concessões territoriais.
Netanyahu diz “Metade da liderança Houthi no Iêmen se foi. Yihya Sinwar em Gaza se foi. Nasrallah no Líbano se foi. O regime de Assad na Síria se foi. Essas milícias no Iraque também se foram. Os principais comandantes militares do Irã e seus principais cientistas da bomba atômica também se foram.”

-Apelo direto aos reféns em Gaza e ultimato ao Hamas: Em um momento emocional, Netanyahu dirigiu-se aos 48 reféns ainda mantidos pelo Hamas (dos quais 28 foram declarados mortos por Israel), dizendo: “Nossos bravos irmãos, este é o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu falando ao vivo da ONU. Não nos esquecemos de vocês, nem por um segundo. O povo de Israel está com vocês. Não vacilaremos e não descansaremos até trazer todos vocês para casa”. Ele anunciou que o discurso era transmitido por alto-falantes para Gaza e deu um ultimato ao Hamas: “Liberem todos os reféns agora. Se o fizerem, viverão. Se não, Israel os caçará”. Alertou que a guerra só acaba com a desmilitarização total de Gaza.
Netanyahu, na ONU: “Dar aos palestinos um estado a 1,6 km de Jerusalém depois de 7 de outubro é como dar à Al-Qaeda um estado a 1,6 km de Nova York depois de 11 de setembro!”
-Compromisso com a “conclusão do trabalho” em Gaza: Netanyahu repetiu várias vezes que Israel “deve concluir o trabalho” contra o Hamas “o mais rápido possível”, defendendo a campanha militar como necessária para eliminar o terrorismo. Ele rebateu acusações de crimes de guerra, dizendo que Israel age com “clareza mental e vigilância” e que o conflito é “inhumano e injustificável” apenas do lado do Hamas, que cometeu atrocidades em 7 de outubro de 2023.

– Alerta sobre inimigos comuns e o Irã: Usando uma “pergunta de múltipla escolha” retórica, ele argumentou que inimigos como Hamas, Hezbollah e Irã “nos odeiam a todos com veneno igual” e querem “arrastar o mundo moderno de volta a uma era sombria de violência, fanatismo e terror”. Alertou os líderes mundiais: “Muitos de vocês já sentem isso em suas próprias sociedades. Permaneçam vigilantes e não permitam que o Irã reconstrua suas capacidades nucleares”. Ele enfatizou que Israel luta não só por si, mas pela civilização ocidental.
Na ONU, Netanyahu diz que palestinos comemoraram os ataques de 7 de outubro “da mesma forma que comemoraram outro horror, o 11 de setembro. Eles dançaram nos telhados. Eles comemoraram”.
– Crítica à ONU e ao viés anti-Israel: Netanyahu acusou a ONU de hipocrisia por resoluções não vinculantes que pressionam Israel por um Estado palestino, enquanto ignora ameaças terroristas. Ele concluiu com uma visão de paz condicional à derrota total dos inimigos, recebendo aplausos de convidados israelenses em um salão quase vazio. Um verdadeiro absurdo a decisão de diversas delegações deixaram o ambiente.
Netanyahu terminou prometendo continuidade em sua luta

O Botão (QR Code) Usado por Netanyahu no Terno
O “botão” era um broche com um QR Code na lapela do terno de Netanyahu, usado durante o discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU em 26 de setembro de 2025. Todos os membros da delegação israelense vestiam o mesmo símbolo como parte de uma campanha diplomática em Nova York.
-Função e propósito: Ao escanear o QR Code com um smartphone, o usuário é direcionado ao site https://saturday-october-seven.com/, uma plataforma que compila registros, vídeos e depoimentos das atrocidades cometidas pelo Hamas no ataque de 7 de outubro de 2023 (o “Sábado Negro”), incluindo massacres, estupros e sequestros que mataram cerca de 1.200 israelenses. O site contém imagens sensíveis de violência extrema e só é acessível fora de Israel, para evitar trauma local.
-Contexto: Essa iniciativa faz parte de uma “ofensiva diplomática” de Israel, com caminhões circulando perto da sede da ONU e na Times Square exibindo o QR Code e a mensagem “Remember October 7” (Relembre 7 de Outubro). O objetivo é manter viva a memória do massacre, pressionar líderes mundiais a condenarem o terrorismo do Hamas e combater narrativas que, segundo Israel, minimizam o ataque inicial. É uma tática visual e tecnológica para humanizar as vítimas e reforçar a justificativa para a guerra em Gaza.
A Posição Absurda do Brasil de Retirar a Delegação no Início do Discurso de Netanyahu e o Que Isso Representa
A delegação brasileira, liderada pelo Lula da Silva (que já havia criticado Israel em discursos anteriores na ONU), retirou-se em massa do salão da Assembleia Geral logo no início do discurso de Netanyahu, em 26 de setembro de 2025. Os diplomatas brasileiros foram vistos usando a tradicional keffiyeh palestina (lenço quadriculado), um símbolo de solidariedade à causa palestina, em um gesto coordenado com outras nações (como as que reconheceram recentemente o Estado palestino).


– O que aconteceu: A saída ocorreu enquanto Netanyahu subia ao púlpito, juntando-se a dezenas de delegações (incluindo de países árabes e europeus) em protesto contra as ações de Israel em Gaza, que já resultaram em mais de 40 mil mortes palestinas segundo a ONU. A Autoridade Palestina havia enviado cartas incentivando walkouts, chamando Netanyahu de “criminoso de guerra” devido a mandados do TPI por supostos crimes de guerra. O salão ficou quase vazio, com apenas convidados israelenses aplaudindo.
-Por que é considerada absurda: Do ponto de vista pró-Israel (e de críticos como Netanyahu, que chamou tais ações de “capitulação a terroristas”), a retirada é absurda porque ignora o contexto do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, priorizando uma narrativa unilateral sobre Gaza sem condenar o terrorismo. Brasil, sob Lula, tem adotado uma postura pró-Palestina agressiva — chamando o conflito de “genocídio” e reconhecendo a Palestina em 2010 —, o que é visto como hipocrisia em um fórum multilateral como a ONU, onde o diálogo é essencial. Em vez de debater, o Brasil optou por um boicote simbólico, alinhando-se a “turbas antissemitas” (nas palavras de Netanyahu), o que enfraquece sua credibilidade diplomática e ignora vítimas israelenses.
-O que isso representa: Essa ação reflete o alinhamento do governo Lula com o Sul Global e nações anti-Israel, intensificando a polarização no conflito. Representa um isolamento diplomático de Israel (já sob pressão da UE e TPI), mas também um risco para o Brasil: perda de laços econômicos e de segurança com os EUA e Israel (líder em tecnologia), além de sinalizar fraqueza em negociações multilaterais. Globalmente, simboliza a falha da ONU em promover diálogo, com walkouts que ecoam divisões ideológicas e fortalecem acusações de viés anti-Israel na organização. Para o Brasil, é uma jogada doméstica para aplacar bases esquerdistas, mas absurdamente contraprodutiva em um palco onde soluções pacíficas (como as que Lula prega em outros fóruns) exigem presença e confronto de ideias.