Um texto de opinião publicado no jornal americano Wall Street Journal, escrito por Mary Anastasia O’Grady, colunista da publicação, no domingo (14/9), sugere que “o jeito brasileiro de praticar ‘lawfare’ pegou Bolsonaro”, referindo-se à sentença de 27 anos imposta ao ex-presidente brasileiro por tentativa de golpe de Estado, decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Lawfare” é um conceito em inglês que une “law” (lei) e “warfare” (guerra), descrevendo o uso de ferramentas jurídicas como arma política contra indivíduos.

A jornalista é reconhecida por suas posições conservadoras e por questionar administrações de esquerda na região.
Bolsonaro tem alegado que o Judiciário brasileiro emprega “lawfare” contra ele. Acusações similares já foram levantadas por outros líderes, como os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
KAROLINE LEAVITT se manifesta nas redes sociais:
O perfil oficial de Karoline Leavitt no X é@PressSec (como Porta-voz da Casa Branca). A postagem em questão, publicada hoje (15 de setembro de 2025), compartilha o artigo do Wall Street Journal intitulado “The Brazilian Way of Lawfare Gets Bolsonaro”.

No texto do Wall Street Journal, O’Grady critica o modo como o julgamento de Bolsonaro foi conduzido no STF, classificando-o como “enviesado”.
“O veredito é um duro golpe para os apoiadores de Bolsonaro. Mas muitos outros brasileiros, embora não sejam fãs do ex-presidente, também esperavam um resultado diferente”, pontua a colunista.
Ela expressa preocupação com a “politização da Suprema Corte” no Brasil, argumentando que o tribunal está “ideologicamente alinhado contra Bolsonaro” — sugerindo que alguns juízes que votaram contra ele seriam opositores ou teriam ligações com o presidente Lula.
A colunista elogia a posição do ministro Luiz Fux, que se opôs à condenação de Bolsonaro, e apoia alguns dos pontos levantados por ele no julgamento da semana passada.
“Bolsonaro parece ter se reunido com pessoas, incluindo militares, para discutir o que seu gabinete precisava fazer para transferir o poder de acordo com a Constituição, caso fraude eleitoral fosse descoberta. O Ministério Público alegou ter encontrado um ‘projeto de decreto’ que contemplava um plano para invocar a lei marcial”, escreve O’Grady.
“No entanto, como observou o ministro Fux, nenhum documento desse tipo foi protocolado no tribunal. Tampouco foram apresentadas provas de que Bolsonaro tenha tomado medidas para declarar estado de sítio. Fazer brainstorming não é crime, e nem intenções nem discurso são suficientes para condenar por tentativa de golpe.”
O’Grady menciona que “a mídia sensacionalizou a notícia de outro documento, este escrito por um general do Exército, que cogitou maneiras de assassinar o presidente eleito Lula, seu vice-presidente eleito e o ministro Moraes”.
“Mas o general testemunhou que estava apenas fazendo cogitações e que não compartilhou isso com o presidente. O tribunal não conseguiu provar que Bolsonaro participou de nada disso.”
Ela ressalta que, durante a invasão de Brasília por apoiadores bolsonaristas em 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro estava na Flórida, o que o afastaria de qualquer envolvimento nos eventos.
“Nada disso importou para o ministro Moraes e seus companheiros ideológicos no tribunal na semana passada. Eles tinham o homem certo e não encontrar um crime não os impediria de colocá-lo atrás das grades.”